Etanol se torna opção mais econômica em 11 estados e no Distrito Federal, aponta ANP

Distrito Federal se aproxima do limite considerado competitivo com 69,87%, enquanto Goiás apresenta 64,91%; Mato Grosso lidera com a menor paridade, de 62,68%

O etanol vem ganhando destaque como alternativa mais vantajosa em relação à gasolina em várias regiões do Brasil. Um levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), referente à semana encerrada em 16 de novembro de 2024, aponta que o biocombustível é mais competitivo em 11 estados e no Distrito Federal. Com preço médio nacional em R$ 4,04 por litro e uma paridade média de 66,23% em relação à gasolina, o etanol reafirma sua posição como uma escolha econômica e sustentável.

Entre os estados que apresentaram maior competitividade para o etanol, destacam-se Mato Grosso, com a menor paridade registrada, e Rondônia, com os preços mais altos do combustível. Especialistas ressaltam que o etanol pode ser viável mesmo com paridade superior a 70%, dependendo do veículo e das condições de uso.

A variação de preços, tanto do etanol quanto da gasolina, desempenha um papel crucial na escolha do consumidor. Enquanto em alguns estados os preços do etanol caíram, em outros houve aumento significativo. Essa dinâmica regional é influenciada por fatores como produção local, logística e impostos, gerando um cenário complexo e dinâmico.

Estados onde o etanol é mais vantajoso

O levantamento da ANP detalhou os estados onde o etanol foi considerado mais competitivo na comparação com a gasolina:

Mato Grosso lidera com a menor paridade, de 62,68%.
Goiás apresentou paridade de 64,91%, também favorável ao etanol.
São Paulo, maior produtor e consumidor do biocombustível, registrou paridade de 65,71%.
Mato Grosso do Sul (65,43%) e Paraná (68,92%) destacaram-se no Centro-Oeste e Sul do Brasil.
Na região Nordeste, a Paraíba (69,71%) e o Rio Grande do Norte (69,40%) apresentaram vantagens.
No Distrito Federal, a paridade foi de 69,87%, próxima ao limite considerado competitivo.

Essa lista evidencia que a competitividade do etanol não se restringe a uma região específica, mas abrange diferentes partes do Brasil.

Variações regionais no preço do etanol

Os preços do etanol hidratado apresentaram variações significativas na semana analisada. Em São Paulo, o preço médio subiu ligeiramente de R$ 3,86 para R$ 3,89 por litro, enquanto no Rio Grande do Norte houve uma queda expressiva de 8,14%, com o preço passando de R$ 4,79 para R$ 4,40. Em contraste, o Distrito Federal registrou a maior alta semanal, com um aumento de 6,60%, elevando o preço médio de R$ 4,07 para R$ 4,36.

Essas flutuações refletem não apenas a dinâmica do mercado local, mas também fatores como safra da cana-de-açúcar, custos de produção e distribuição, além de políticas tributárias estaduais.

Impactos econômicos e ambientais do etanol

O etanol, produzido principalmente a partir da cana-de-açúcar, é uma alternativa renovável que reduz as emissões de gases de efeito estufa em comparação com os combustíveis fósseis. Além disso, sua produção impulsiona a economia nacional, gerando empregos e renda em regiões agrícolas. A indústria sucroalcooleira é uma das mais relevantes no Brasil, e sua contribuição para a matriz energética do país é significativa.

Em termos econômicos, a escolha pelo etanol pode representar economia para o consumidor, especialmente em estados onde a diferença de preços em relação à gasolina é acentuada. No entanto, é importante considerar a eficiência energética: enquanto o etanol oferece cerca de 70% do rendimento energético da gasolina, ele é frequentemente mais barato, compensando essa diferença.

Produção e logística do etanol

O Brasil é um dos maiores produtores de etanol do mundo, com destaque para o estado de São Paulo, que concentra grande parte da produção nacional. A logística de distribuição, entretanto, influencia diretamente os preços nos postos de combustíveis. Em estados mais distantes dos polos produtores, como Rondônia, os custos de transporte elevam o preço final para o consumidor.

Preços extremos e diferenças regionais

A pesquisa da ANP revelou os extremos de preços para o etanol no Brasil. O menor preço registrado foi de R$ 3,19 por litro, em São Paulo, enquanto o maior preço foi de R$ 7,35, em Rondônia. A disparidade é reflexo da complexidade logística e das diferenças de políticas tributárias entre os estados.

Paridade entre etanol e gasolina

A relação de preços entre etanol e gasolina é fundamental para a decisão do consumidor. A paridade de 70% é geralmente utilizada como referência: se o preço do etanol for inferior a 70% do preço da gasolina, ele é considerado vantajoso. No entanto, veículos mais modernos ou específicos podem apresentar eficiência diferenciada, tornando o etanol competitivo mesmo com paridade acima desse índice.

Cenário atual e perspectivas

Com o aumento da conscientização ambiental e o incentivo ao uso de energias renováveis, o etanol tem potencial para expandir sua participação no mercado de combustíveis. No entanto, desafios como a oscilação dos preços do petróleo, a política fiscal e a competitividade de outros combustíveis renováveis podem impactar esse cenário.

Resumo dos principais dados da ANP

Preço médio nacional do etanol: R$ 4,04 por litro.
Menor preço registrado: R$ 3,19 (São Paulo).
Maior preço registrado: R$ 7,35 (Rondônia).
Estados com maior competitividade: Mato Grosso, Goiás e São Paulo.

Destaques por região

A análise da ANP demonstrou que o etanol é mais competitivo em regiões produtoras ou próximas a elas, como o Centro-Oeste e o Sudeste. No Nordeste, estados como Paraíba e Rio Grande do Norte também se destacaram. No entanto, em estados mais distantes, como Rondônia, o custo logístico se torna um desafio.

Futuro do mercado de etanol no Brasil

Com políticas públicas adequadas e incentivo à produção, o etanol tem potencial para se consolidar como uma alternativa sustentável e econômica. A integração de tecnologias avançadas, como motores mais eficientes e combustíveis de segunda geração, pode fortalecer ainda mais o papel do etanol na matriz energética brasileira.

Alô Valparaíso/* Com as informações do Mix Vale/Foto: Canva