Trem Intercidades entre Luziânia e Brasília pode tirar projeto ferroviário do papel e transformar mobilidade no Entorno

Estudos do Governo Federal reacendem esperança de transporte mais seguro e acessível para trabalhadores goianos que cruzam diariamente as rodovias rumo à capital federal

O Governo Federal está dando os primeiros passos para reacender um modelo de transporte há muito negligenciado no país: o trem regional de passageiros. Por meio do Ministério dos Transportes, a gestão Lula incluiu no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) os estudos de viabilidade para seis linhas de trem intercidades, incluindo uma que ligará Luziânia (GO) à capital federal, Brasília (DF).

A proposta faz parte de uma nova política de mobilidade voltada ao reaproveitamento da malha ferroviária existente e ao estímulo de soluções sustentáveis. Os estudos técnicos e econômicos estão a cargo da Infra S.A., estatal especializada em infraestrutura logística. Se aprovados, poderão transformar significativamente o cotidiano de milhares de brasileiros.

Do asfalto ao trilho: uma alternativa ao colapso rodoviário

Luziânia é um dos principais polos do Entorno do Distrito Federal, região marcada por intenso fluxo diário de trabalhadores que cruzam as fronteiras entre Goiás e Brasília. Boa parte desse deslocamento é feito por transporte rodoviário, em condições muitas vezes precárias e congestionadas. A ideia de reintroduzir o trem aparece como uma luz no fim do túnel para uma população que passa horas em trânsito diariamente.

Com a proposta de criar um corredor ferroviário de passageiros, o governo pretende oferecer uma alternativa mais segura, eficiente e sustentável. Além disso, o trem pode ser uma solução economicamente mais acessível, principalmente se o valor das passagens seguir a orientação do Ministério dos Transportes: garantir um preço compatível com a realidade da população local.

Ainda sem detalhes técnicos, mas com grande expectativa

Embora o projeto esteja em andamento, ainda não foram divulgadas informações essenciais como o traçado exato da linha, número de paradas, tempo de viagem, velocidade média, ou capacidade dos vagões. Tudo isso deverá ser definido após a conclusão dos estudos de viabilidade, prevista para os próximos meses.

Mesmo assim, a iniciativa já começa a gerar expectativa nos municípios da região. Prefeituras, empresas e comunidades civis veem no projeto uma oportunidade de reorganizar o crescimento urbano e reduzir o impacto negativo do excesso de veículos nas estradas federais.

Outras cinco rotas também estão em análise

Além da ligação Luziânia–Brasília, o governo estuda outras cinco rotas ferroviárias de curta e média distância: Londrina–Maringá (PR), Pelotas–Rio Grande (RS), Feira de Santana–Salvador (BA), Fortaleza–Sobral (CE) e São Luís–Itapecuru Mirim (MA). Em comum, todas propõem reaproveitar estruturas ferroviárias já existentes e reforçar a conectividade entre centros urbanos regionais.

  

Alô Valparaíso/* Com as informações do Metro CPTM | Foto: CBTU/Reprodução