Onda de calor no Entorno e DF exige atenção redobrada com a saúde
Temperaturas acima da média aumentam o risco de gastroenterites, viroses, insolação, desidratação e micoses; especialista orienta como se prevenir
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta para temperaturas extremas no Brasil, com calor acima da média e potencial risco à saúde. Nesse cenário típico do verão, marcado por forte exposição ao sol, umidade elevada e maior frequência de atividades ao ar livre, aumentam também os casos de doenças como gastroenterites, viroses, insolação, desidratação e micoses. Médicos alertam que cuidados simples, como hidratar-se bem, usar protetor solar e observar a conservação dos alimentos, fazem diferença para evitar problemas.
Segundo o especialista em clínica médica, Álvaro Modesto, do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), os dias quentes exigem cuidado especial com a alimentação, principalmente por causa do risco de gastroenterites e doenças virais. Ele explica que é fundamental observar a conservação e a procedência, sobretudo, de proteínas cruas ou mal passadas e em alimentos com ovo, como maionese.
“Essas doenças nem sempre trazem sintomas muito graves, mas causam vômitos, dor abdominal e diarreia. Elas costumam passar sozinhas depois de três a cinco dias, mas podem deixar a pessoa muito frágil e comprometer esse período de lazer. Por isso, é essencial fazer uma boa hidratação nesses momentos”, explica o médico.
“A depender da gravidade da desidratação, os efeitos podem ser mais sérios, chegando a afetar rins e fígado”Álvaro Modesto, especialista em clínica médica do IgesDF
Outro problema comum em períodos de calor intenso é a insolação, geralmente acompanhada de desidratação. Os sintomas podem lembrar uma “ressaca”, com dor de cabeça, mal-estar, náusea e dores no corpo. “Quando isso acontece, é sinal de que a exposição ao sol ultrapassou o limite seguro e pode exigir avaliação médica. A depender da gravidade, os efeitos podem ser mais sérios, chegando a afetar rins e fígado”, alerta o especialista.
Para prevenir, ele recomenda beber líquidos com frequência, usar protetor solar e evitar permanecer sob o sol por longos períodos, especialmente nas horas de maior intensidade dos raios solares. Também é comum, no verão, o aumento de micoses de pele, favorecidas pela combinação de calor e umidade, como em praias e piscinas.
“O ideal é manter sempre as áreas de dobras bem secas, principalmente os pés. Muitas vezes, ficamos com roupas molhadas por muito tempo, o que favorece a proliferação de fungos. Sempre que possível, seque-se bem ou troque de roupa após entrar na água. Nas mulheres, os casos de candidíase também aumentam bastante nesse período”, explica.
Em locais de lazer com circulação de animais, como praias, parques e áreas de areia ou terra, há ainda o risco de bicho-geográfico e bicho-de-pé. A orientação é evitar andar descalço e não permanecer em áreas com sujeira.
Procure atendimento imediatamente com os seguintes sintomas:
→ Febre alta persistente;
→ Vômitos ou diarreia por mais de 24 horas;
→ Sinais de desidratação (boca seca, pouca urina, sonolência, tontura);
→ Confusão mental, fraqueza intensa ou desmaio;
→ Dor de cabeça muito forte ou rigidez na nuca;
→ Manchas, feridas ou sinais na pele que pioram;
→ Queimaduras solares com bolhas;
→ Sintomas após longa exposição ao sol, como náusea intensa, desmaio ou batimentos acelerados.
Alô Valparaíso/* Com as informações da Agência Brasília | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília


