Aumento de tarifa no transporte semiurbano: Prefeitura de Planaltina tenta barrar reajuste na Justiça
Prefeito critica novo aumento de 8,56% e diz que medida “massacra” a população do Entorno
A Prefeitura de Planaltina (GO) entrou com uma ação na Justiça na última sexta-feira (23/2) para tentar barrar o novo aumento de passagens de ônibus entre o Entorno e o Distrito Federal. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aplicou um reajuste médio de 8,56%, válido a partir da 0h01 de domingo (25/2). Os custos das passagens atualizadas variam de R$ 4,45 até R$ 22,25.
Cristiomário critica reajuste e defende a população:
O prefeito de Planaltina de Goiás, delegado Cristiomário (PSL), classificou o reajuste como “absurdo” e alertou para o risco de perda de empregos para moradores do Entorno que trabalham no DF. Na avaliação dele, o aumento “massacra” a população.
“Somado com os aumentos do ano passado, temos um aumento de 40%. É maior do que a inflação – que tivemos menos de 10%. Isso vai penalizar a população, os trabalhadores”, criticou Cristiomário.
O prefeito também destacou a precariedade do serviço de transporte oferecido, sem “melhoria significativa” desde os aumentos de tarifa em 2023. Além disso, Cristiomário ressaltou que o preço dos combustíveis não subiu 40%.
Liminar e negociações em curso:
A ação judicial pede uma liminar para suspender o aumento das tarifas em Planaltina de Goiás. Em 2023, a prefeitura conseguiu barrar temporariamente o reajuste da tarifa.
Cristiomário ressaltou que a ANTT ignorou as negociações em curso entre o Distrito Federal, o estado de Goiás e a União para encontrar uma solução que amenize o impacto do aumento das tarifas no Entorno.
Histórico de reajustes em 2023:
No ano passado, a ANTT reajustou duas vezes a passagem entre o DF e o Entorno: em março (12%) e em agosto (15%).
A responsabilidade da ANTT e a falta de subsídios:
A ANTT é responsável, desde fevereiro de 2023, pela gestão das mais de 400 linhas de ônibus que transportam diariamente cerca de 175 mil passageiros entre as duas áreas.
Os ônibus semiurbanos entre o Distrito Federal e o Entorno não são subsidiados pelos governos locais, e os recursos para manutenção do serviço provêm integralmente das tarifas pagas pelos usuários, segundo a ANTT.
Esses recursos se destinam a cobrir gastos operacionais, de manutenção, de compra de veículos, de folhas de pagamento, entre outros.
A decisão da ANTT e os desafios do transporte semiurbano:
Ao assumir o comando das linhas, a Agência optou por não conceder reajuste imediato de 40% a fim de evitar um grande impacto no bolso da população.
No entanto, os índices de reajuste, como elevação nos valores de combustível, óleo lubrificante, pneus e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado dificultaram, na visão da ANTT, a manutenção do preço das tarifas.
O futuro do transporte semiurbano:
A situação do transporte semiurbano entre o DF e o Entorno é complexa e exige soluções que considerem as necessidades da população, a sustentabilidade do serviço e a responsabilidade das diferentes partes envolvidas.
O debate sobre o tema deve continuar, buscando alternativas que equilibrem os interesses dos usuários, das empresas e dos governos.
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Alô Valparaíso/* Com as informações do Metrópoles/Foto: Divulgação/Semob-DF