Azeite fica 26,69% mais caro em um ano e atinge maior preço em sete anos
Produto é afetado por questões climáticas, conflito geopolítico e câmbio
O azeite de oliva é um produto que faz parte da mesa de muitos brasileiros, seja para temperar saladas, regar massas ou acompanhar pães. O produto é considerado um alimento saudável, rico em gorduras monoinsaturadas, que ajudam a reduzir o colesterol ruim e a prevenir doenças cardiovasculares. Além disso, o azeite tem um sabor marcante e aromático, que agrada ao paladar dos consumidores.
No entanto, o azeite de oliva também é um produto caro, que pesa no orçamento das famílias. O preço do produto nas prateleiras dos supermercados subiu 26,69% em 12 meses, de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país. Esse é o maior valor registrado desde outubro de 2016, quando o azeite custava R$ 25,28 o litro, em média.
A alta do azeite contrasta com a variação dos demais alimentos e bebidas, que tiveram um aumento de apenas 0,48% no mesmo período. A inflação geral do país ficou em 4,82% em 12 meses até outubro.
Os motivos para o encarecimento do azeite são diversos e vão desde as questões climáticas, que prejudicaram as safras de azeitonas na Europa e no Oriente Médio, até o conflito entre a Ucrânia e a Rússia, que afetou o mercado de óleo de girassol, um dos principais substitutos do azeite. Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar e ao euro também encarece o produto, que é majoritariamente importado.
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, a tendência é que o preço do azeite continue alto nos próximos meses, já que não há previsão de melhora nos fatores que influenciam o custo. O professor do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro), Felippe Serigati, explica que o conflito geopolítico no Leste Europeu, iniciado em fevereiro de 2022, foi um dos primeiros fatores para a disparada do preço do azeite, já que a Ucrânia e a Rússia são os maiores exportadores de óleo de girassol do mundo, responsável por cerca de 80% da produção global. Com a guerra, a escassez do produto acabou pressionando o preço dos demais óleos vegetais, como é o caso do azeite. “O mercado de óleos vegetais foi fortemente impactado pelo conflito”, diz Serigati.
Alô Valparaíso/* Com as informações do R7/Foto: Canva