Brasil registra mais de 510 mil casos de dengue em 2024 e enfrenta crise na saúde pública
Número é quatro vezes maior que o registrado no mesmo período de 2023
Com 512.353 de casos prováveis de dengue registrados apenas no ano de 2024, o Brasil enfrenta uma das piores crises de saúde pública dos últimos anos. De acordo com a atualização do Painel de Monitoramento das Arboviroses divulgada nesta segunda-feira (12/2), já foram registrados 75 óbitos pela doença, com outros 123 ainda em investigação.
O número de casos de dengue em janeiro deste ano chocou especialistas e autoridades de saúde. Foram registrados 462.750 casos prováveis, um número quatro vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando houve o registro de 93.298 casos.
O Distrito Federal é a região com maior incidência de casos proporcionalmente ao tamanho da sua população. Com 64.403 casos prováveis, o coeficiente de incidência da doença em Brasília é de 2.286,2 casos a cada 100 mil habitantes. A unidade da federação com o maior número de casos é Minas Gerais, com 171.769 ocorrências.
A faixa etária mais afetada pela dengue até o momento é de 30 a 39 anos, representando mais de 100 mil casos entre os 500 mil registrados. O levantamento também revela que as mulheres foram as mais afetadas pela doença, com 54,9% das ocorrências.
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água parada. Os sintomas da doença incluem febre alta, dores musculares, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Em casos graves, pode ocorrer o desenvolvimento de dengue hemorrágica, que pode levar à morte.
Segundo especialistas, os fatores que contribuem para a atual crise são o aumento da população de mosquitos, o clima favorável para sua reprodução e a falta de investimento adequado em medidas de prevenção e controle. As autoridades de saúde alertam para a importância da eliminação dos criadouros do mosquito, como recipientes com água parada, e do uso de repelentes e roupas protetoras.
O governo federal tem enfrentado críticas pela falta de ações efetivas no combate à dengue e outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como a zika e a chikungunya. A população clama por medidas urgentes para evitar a proliferação do mosquito e reduzir o número de casos e óbitos.
Alô Valparaíso/* Com as informações do Correio Braziliense/Foto: José Cruz/Agência Brasil