Campeão brasileiro e revelação do ano, Endrick assina contrato milionário com patrocínio polêmico
Atacante do Palmeiras é patrocinado pela Neosaldina, medicamento com substância proibida para atletas
O jovem atacante Endrick, campeão brasileiro pelo Palmeiras e eleito a revelação do ano na Bola de Prata, está envolvido em uma polêmica relacionada ao seu novo contrato de patrocínio. Na última semana, o jogador assinou um contrato milionário de cinco anos com a Neosaldina, uma marca de medicamentos para alívio das dores de cabeça. No entanto, o medicamento em questão contém uma substância proibida e considerada doping para atletas, de acordo com a Agência Mundial Antidoping (Wada).
A substância em questão é o isometepteno, presente na fórmula do medicamento na forma de mucato. O isometepteno atua na redução da dilatação dos vasos sanguíneos cerebrais, contribuindo para a redução da dor na região, além de potencializar o efeito analgésico. No entanto, o isometepteno é classificado como um estimulante proibido na lista da Wada.
Substâncias estimulantes, como o isometepteno, podem mascarar a presença de outras substâncias proibidas para atletas profissionais. Seu uso pode acarretar punições na esfera esportiva. No caso de Endrick, não há provas de que ele tenha utilizado o medicamento. A Neosaldina é uma marca reconhecida e utilizada por milhões de brasileiros, sendo conhecida por contribuir para uma vida mais tranquila e alegre, afirmou o jogador no anúncio da parceria.
José Cruvinel, diretor de operações da Cliff, médico do esporte e cirurgião de trauma, alerta para o fato de qualquer substância estimulante ser proibida para atletas. Ele destaca a importância de estar atento aos medicamentos consumidos e não aceitar comprimidos de qualquer pessoa.
Mesmo sem fazer uso da substância proibida, Endrick pode ser enquadrado no Código Brasileiro Antidopagem (CBA) por ter incentivado ou ajudado a violação das regras antidoping. A pena nesse caso pode variar de dois a 30 anos de prisão. O caso foi levantado pelo site Máquina do Esporte.
Milton Jordão, advogado especializado em Direito Desportivo e ex-procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), afirmou que tanto o atleta quanto a empresa que o contratou agiram de boa fé. Ele ressalta que o atleta possui responsabilidades maiores em relação à sua imagem e pode sofrer sanções na legislação nacional e internacional, dependendo de sua orientação.
Até o momento, Endrick não se manifestou sobre o caso em suas redes sociais. O jogador está nos Estados Unidos. A Wolff Sports & Marketing, responsável pelos contratos publicitários e comerciais do jogador, afirmou que irá se manifestar em breve sobre o caso. A Neosaldina também não se pronunciou sobre o patrocínio ao atacante.
Alô Valparaíso/* Com as informações do Uol/Foto: Cesar Greco/ Palmeiras