Casos de dengue, chikungunya e zika disparam nos primeiros meses de 2023
Números das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti dispararam em relação ao mesmo período de 2022. Ministério lança programa e tratará questão como problema relacionado à pobreza
Entre janeiro e abril deste ano, o Brasil registrou uma disparada no aumento das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Segundo o Ministério da Saúde, foram notificados um aumento de 30% nos casos de dengue, 289% na zika e 40% na chikungunya em relação ao mesmo período do ano passado. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, aponta a variação climática e o aumento das chuvas como alguns dos fatores que contribuíram para o crescimento desses percentuais.
Os estados com maior incidência de dengue são Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Acre e Rondônia, totalizando 899,5 mil casos e 333 óbitos confirmados. Em relação à chikungunya, foram notificados 86,9 mil casos, com uma taxa de incidência de 40,7 casos por 100 mil habitantes e 19 mortes confirmadas. Já a zika registrou 6,2 mil diagnósticos e nenhum óbito registrado.
Para tentar reduzir os registros das três doenças, o ministério está focado em usar novas tecnologias, como tornar os transmissores estéreis ou refratários ao agente infeccioso. A secretária também pretende trabalhar com campanhas de esclarecimento e ampliação da forma como as doenças serão enfrentadas, atacando-as não apenas como um problema de saúde pública, mas também social e relacionado diretamente à pobreza.
Segundo Ethel, é importante a educação da comunidade e que a população compreenda que o fumacê passando é um sinal ruim de que há muitos mosquitos adultos. O ideal é que se combata as larvas e se impeça sua reprodução. A pasta se baseará em estudos científicos para entender as diferentes realidades entre os estados e, dessa forma, buscar soluções para cada situação enfrentada localmente. “A gente precisa lembrar que, infelizmente, temos essas três doenças que estão levando ao óbito no Brasil. Nossas ações estão sendo pensadas e direcionadas”, disse a secretária.
Sintomas e prevenção
Os sintomas de dengue, chikungunya ou Zika são semelhantes. Eles incluem febre de início abrupto acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais.
A orientação do Ministério da Saúde é para que a população procure o serviço de saúde mais próximo de sua residência assim que surgirem os primeiros sintomas.
A prevenção é a melhor forma de combater a doença. Evitar acúmulo de inservíveis, não estocar pneus em áreas descobertas, não acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta e cobrir bem tonéis e caixas d’água, receber a visita do agente de saúde, são algumas iniciativas básicas. Todo local de água parada deve ser eliminado, pois é lá que o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, coloca os seus ovos.
Alô Valparaíso