Dia Nacional de Combate ao Fumo alerta para o aumento no consumo de cigarros eletrônicos entre jovens
Mais de 20% dos jovens de 16 e 17 anos já experimentaram os dispositivos que afetam a saúde respiratória
O cigarro eletrônico, dispositivo proibido no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e sucesso entre os jovens, contém nicotina, está ligado ao tabagismo e oferece dependência e grave risco à saúde. Quem faz o alerta é o pneumologista do dr.consulta, Osmar Pedro Casseb Moretto.
“O produto contém mais de 80 substâncias, que são liberadas na inalação dos vapores do dispositivo eletrônico”, explica Dr. Osmar.
Segundo o médico, “nesta fase da vida, os jovens criam sua identidade, iniciam a formação de seus grupos sociais, por isso o forte apelo para adolescentes e pré-adolescentes. A convivência dentro do grupo desperta a curiosidade. O grande problema é que a indústria usa artifícios para estimular o consumo, com um marketing que busca atrair os jovens, com oferta de aromas diferentes”.
Um importante alerta para os pais é a forma como o dispositivo eletrônico surge nos ambientes frequentados pelos jovens, assim como o cigarro, em eventos sociais, entorno dos bares, festas e shows. Um elemento bastante associado à diversão e que acaba “rotulado” como positivo. A atração, muitas vezes, chega através da influência dos amigos, ídolos e pessoas próximas da própria família.
São vários os riscos à saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o cigarro mata mais de 8 milhões de pessoas por ano, sendo que 7 milhões dessas mortes resultam no uso direto e cerca de 1,2 milhão é provocado pelo fumo passivo.
De acordo com o Ministério da Saúde, não existe nível seguro de exposição ao Dispositivo Eletrônicos para Fumar (DEF). Há indícios, na literatura médica, que uma doença respiratória aguda, identificada como EVALI (do inglês E-cigarette or Vaping use-Associated Lung Injury), é provocada pelo uso de cigarro eletrônico. O médico do dr.consulta confirma o risco: “a doença é desenvolvida no curto prazo, com sintomas respiratórios leves até casos graves com inflamação importante do pulmão e queda do oxigênio, inclusive com risco de morte. No longo prazo, há outras doenças bastante conhecidas e relacionadas ao tabagismo: enfisema pulmonar, bronquite crônica, doenças cardiovasculares e câncer”.
Como combater a desinformação? – Para Dr. Osmar, é importante trabalhar nos jovens a conscientização dos riscos, principalmente porque muitas vezes a desinformação circula nas redes sociais. “Eles precisam buscar fontes seguras, como a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Ministério da Saúde e Instituto Nacional de Câncer (INCA), para conhecer os riscos e as razões para deixar de fazer uso do dispositivo eletrônico. Um alerta também para os pais, que precisam buscar a informação para conscientizar seus filhos. O cigarro eletrônico segue os mesmos passos do cigarro comum: curiosidade e recreação. É importante que a educação sobre os riscos do tabagismo se inicie em casa”, alerta o pneumologista.
Alô Valparaíso/* Com as informações da Assessoria de Imprensa/ Foto: Divulgação