
Estudante goiano desenvolve tecido a partir do bagaço da cana-de-açúcar
Projeto do Cepi Osvaldo da Costa Meireles será apresentado em feira nacional de bioinovação
Um projeto realizado no Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Osvaldo da Costa Meireles, em Luziânia, resultou na criação de um tecido produzido a partir do bagaço da cana-de-açúcar. A iniciativa foi conduzida pelo estudante Thiago Alves dos Santos, sob orientação da professora de Biologia Gabrielle Rosa Silva, e será apresentada na II Feira de BioInovação Territórios do Brasil (FBioT Brasil), entre os dias 27 e 30 de novembro, no Instituto Federal Baiano, campus Uruçuca.
O processo de produção do tecido começa com a coleta do bagaço de cana-de-açúcar, material descartado por produtores locais. Após a higienização, secagem e trituração, o bagaço é submetido à extração da celulose, etapa que dura cerca de três horas e utiliza água e soda cáustica sob temperatura constante de 80ºC. O líquido obtido é neutralizado com vinagre até atingir pH neutro, sendo descartado em seguida. A celulose sólida é então clarificada com água oxigenada e novamente seca.
Na fase seguinte, a celulose é dissolvida em uma solução composta por água, soda cáustica e ureia, mantida a -10 ºC. O resultado é uma mistura viscosa que dá origem ao tecido. Segundo a professora Gabrielle, o material apresenta características como maciez semelhante à seda, aparência próxima ao algodão, boa absorção e resistência, além de compatibilidade com tingimentos naturais.
A proposta surgiu durante uma aula da eletiva de Biotecnologia, quando o estudante Thiago sugeriu a criação de um tecido a partir de resíduos vegetais. A professora destaca que o projeto demonstra a aplicação prática do conhecimento científico e o potencial de soluções sustentáveis com recursos acessíveis. A seleção para representar Goiás na FBioT Brasil reforça o caráter inovador da iniciativa desenvolvida no ambiente escolar.

Alô Valparaíso/* Com as informações da Seduc-GO | Foto: Divulgação