Gastroenterite: como evitar viroses nas crianças
Especialista detalha quais sintomas mais frequentes e ensina como tratá-los para evitar o avanço da doença
Enjoo, vômito e dores de barriga, estes são os principais sintomas que uma criança com gastroenterite costuma manifestar. Infecção comum no trato gastrointestinal, as gastroenterites acometem o estômago e o intestino grosso por meio da contaminação de vírus ou bactérias.
Na maioria das vezes, a contaminação acontece por via oral, ou seja, a partir da ingestão de alimentos mal lavados, entre outros. No caso das crianças, a contaminação é ainda mais comum devido à falta de higiene das mãos em locais públicos, ingestão de alimentos caídos no chão ou até mesmo a manipulação de brinquedos não higienizados, alerta o especialista.
Henrique Gomes, gastropediatra explica ainda que esse tipo de desconforto costuma causar desidratação e outros incômodos que persistem por dois ou três dias. “Antes de mais nada, é importante saber que as gastroenterites são comuns, toda criança vai ter em algum momento. Elas são mais conhecidas como “viroses” pela ampla gama de microrganismos que causam esses desconfortos. É uma condição que costuma ter resolução rápida, apesar de angustiante. A cura está relacionada a uma boa ingestão de água e restrições alimentares”, detalha.
O especialista pontua que o ideal é evitar o consumo de leite e derivados, e também alimentos gordurosos para diminuir as cólicas intestinais causadas pela gastroenterite. “O organismo necessita de um descanso intestinal para se recompor e por isso precisa digerir alimentos mais leves”, relata.
Contudo, por ter sintomas variados que às vezes causam confusão, a condição pode evoluir de maneira desfavorável se não bem tratada. “Caso seja feita a restrição alimentar na criança, conjuntamente a intensa ingestão de líquidos e não haja melhora dentro dos três dias é necessário buscar atendimento médico, pois a enfermidade pode não ser de origem viral e sim algo mais sério, como uma infecção bacteriana que precisa de administração de antibióticos com orientação médica”, alerta.
Vacinação em dia
O Ministério da Saúde alerta que a principal complicação da gastroenterite é a desidratação. Por isso é necessário ficar atento aos sintomas e, oferecer sais de reidratação oral, além de água mineral e/ou água de coco com mais frequência para ajudar na recuperação.
Vale salientar que uma medida preventiva além do cuidado com limpeza dos alimentos e higiene das mãos, as crianças têm à disposição a vacina do rotavírus, um dos vírus mais causadores de gastroenterite. No Brasil, o Programa Nacional de Imunização contempla duas doses da vacina monovalente distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Já a vacina pentavalente, oferecida na rede privada, é a combinação de cinco vacinas individuais em uma. O objetivo é proteger as pessoas contra múltiplas cepas ao mesmo tempo. As crianças devem tomar três doses da vacina: aos 2, aos 4 e aos 6 meses de vida.
Diante disso, apesar das variadas formas de se desenvolver uma gastroenterite os pais não devem se alarmar. “A medida mais correta a se tomar é manter a caderneta de vacina em dia e reforçar os cuidados com a higiene. Caso haja contaminação só resta acolher a angústia das crianças, procurar um profissional, não oferecer alimentos de difícil digestibilidade e focar em uma boa hidratação para acelerar o processo de limpeza do organismo”, conclui o Doutor.
Sobre o Dr. Henrique Gomes – Pediatra da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal desde 2008, Henrique é pós-graduado em Lato Sensu em Doenças Funcionais e Manometria do Aparelho Digestivo no Hospital Israelita Albert Einstein. Residência médica em pediatria pelo HMIB (2006 e 2007), além de atuação na área de Gastropediatria pelo HBDF (2008 e 2009), o profissional atua na área de Gastroenterologia Pediátrica, especialidade que auxilia o pediatra na assistência de crianças e adolescentes portadoras de sintomas relacionados ao aparelho digestivo, como náuseas, vômitos, diarreias, alergias aos alimentos, dores abdominais, constipação intestinal, entre outros.
Atualmente é pediatra da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal desde 2008; pediatra do Grupo Santa (Hospital Santa Lúcia Sul e Taguatinga) e pediatra das clínicas PedCare e Gastrus Clinic.
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Alô Valparaíso/* Com as informações da Agência Brasil/Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil