Governo sofre derrota com MP da arrecadação e considera retomar aumentos do IOF
Aliados de Lula preparam retomada do discurso ‘nós contra eles’, e Planalto buscará outras formas de arrecadação
Mesmo após um intenso dia de negociações, o governo não conseguiu garantir apoio suficiente para aprovar a medida provisória alternativa ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), e o texto perde a validade às 23h59 desta quarta-feira (8).
A proposta foi retirada da pauta de votação da Câmara dos Deputados apesar da ofensiva do Executivo, que exonerou três ministros do governo para garantir votos a favor da matéria.
Entre outros pontos, a medida provisória aumentava tributos sobre investimentos e aplicações como juros sobre capital próprio e apostas esportivas.
A derrota atinge diretamente os planos da equipe econômica, que contava com um reforço de R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 20,8 bilhões em 2026.
O governo avalia outras saídas para conseguir esse valor, e uma das alternativas em avaliação é retomar o próprio aumento do IOF, segundo o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).
Ainda de acordo ele, a Fazenda conta com uma série de propostas para tentar mitigar os impactos fiscais e deve trabalhar com o envio de projetos de lei, mas admite que a rejeição da MP vai pesar nas contas públicas ainda neste ano.
Outra opção em estudo é incluir algum tipo de compensação no projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, atualmente em análise no Senado. A ideia, no entanto, ainda será avaliada pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
‘Nós contra eles’
Nos bastidores, aliados do presidente Lula avaliam que a militância pode reacender o discurso de “nós contra eles” nas redes sociais.
Segundo apurou a reportagem, estão previstas publicações destacando que o Congresso rejeitou um texto que previa a taxação de apostas, fintechs e empresários — medida que, segundo o governo, ajudaria a financiar programas sociais.
Alô Valparaíso/* Com as informações do R7 | Foto:

