Imobiliária é interditada por suspeita de venda duplicada e propaganda enganosa em Valparaíso de Goiás
São ao menos 15 denúncias semelhantes contra a empresa. A imobiliária já foi interditada
Uma imobiliária em Valparaíso de Goiás foi interditada na última sexta-feira (2) pelo Procon Goiás, órgão de proteção aos direitos do consumidor, sob suspeita de ter vendido o mesmo imóvel para mais de um cliente. A empresa também é investigada por propaganda enganosa e outras práticas abusivas, como a cobrança de uma taxa que varia de R$3 mil a R$12 mil dos clientes interessados em comprar um imóvel.
De acordo com o Procon, a imobiliária fornecia um documento de prestação de serviço para que o cliente assinasse em vez de um contrato de compra e venda. Isso dificultava a rescisão do contrato por parte dos clientes que, após perceberem que a compra não seria concretizada, ficavam sem opção.
Segundo a Polícia Civil, o modus operandi da empresa consistia em publicar anúncios de venda na internet, fazer promessas de aquisição rápida do bem e cobrar valores de entrada. A casa mostrada aos clientes era oriunda de leilão, devido à inadimplência do dono anterior. Depois de receber a entrada dos clientes, a venda não era concretizada e os valores não eram devolvidos.
As vítimas do golpe afirmam que a imobiliária dizia que o imóvel seria entregue entre 45 e 90 dias após a oficialização do contrato, mas, após a assinatura, os clientes eram informados que o prazo de entrega era de até 180 dias. Essa diferença nas informações levantou suspeitas e motivou as denúncias das vítimas à Polícia Civil.
A imobiliária interditada pode voltar a funcionar, mas apenas após a regularização da situação com o Procon-GO. O órgão já recebeu pelo menos 15 denúncias contra a mesma empresa.
O Procon-GO compartilhou que onze empresas foram interditadas em Goiânia e Aparecida entre abril e maio deste ano por praticarem golpes semelhantes. A imobiliária G8, denunciada pela prática abusiva, afirmou que está à disposição da justiça e abriu um procedimento interno para averiguar possíveis irregularidades no atendimento ao cliente, mas não respondeu às tentativas de contato da reportagem.
Alô Valparaíso