Mais de 35 milhões de transferências no valor de R$ 0,01 por PIX foram realizadas no país em 2023
Transações inusitadas aumentam 43% em 2023 e geram dúvidas sobre sua finalidade
A popularidade do PIX, sistema de pagamento instantâneo brasileiro, gerou um comportamento inesperado entre os usuários: o envio de PIX no valor de um centavo. No ano passado, foram realizadas mais de 35 milhões de transações desse tipo, um aumento de 43% em comparação com 2022.
Mas qual a razão por trás dessa prática?
Especialistas explicam que parte das transações pode ser atribuída a empresas e instituições que utilizam o PIX para testes, comunicação funcional ou checagens. No entanto, uma parcela significativa dos PIX de um centavo tem um propósito mais peculiar: a comunicação.
Moeda virtual para recados
Entre os jovens, o PIX de um centavo virou uma forma de enviar mensagens, aproveitando o espaço de descrição da transferência. Já foram registrados casos de pedidos de desculpas, propostas de casamento e até mesmo empréstimos realizados dessa maneira.
A gratuidade do PIX contribui para o aumento dessa prática, mas especialistas alertam que a plataforma não é o local ideal para enviar mensagens, pois não há sigilo e o banco tem acesso ao conteúdo.
Tendência passageira ou nova forma de comunicação?
Embora inusitado, o uso do PIX de um centavo para comunicação revela a criatividade e adaptabilidade dos brasileiros às novas tecnologias. Resta saber se essa prática se consolidará como uma nova forma de comunicação ou se será apenas uma tendência passageira.
Na opinião dos especialistas:
- Joelson Sampaio, professor de economia da FGV: “Boa parte dos PIX de um centavo são realizados por empresas e instituições para testes, comunicação funcional ou checagens.”
- Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper: “O PIX não é o espaço mais adequado para enviar recados. Não tem sigilo e o banco tem acesso. Acho que vai da consciência do usuário.”
E você, já recebeu ou enviou um PIX de um centavo?
Saiba Mais
Alô Valparaíso/* Com as informações do g1 /Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil