Paciente hospitalar recebe visita da cachorrinha de estimação
Rebeca Andrade da Silva, que tem a doença osteogênese imperfeita, completou 18 anos durante internação e foi autorizada pela direção do Hospital da Base a reencontrar Chloé, uma yorkshire de 3 anos
Rebeca Andrade da Silva, que celebrou o 18º aniversário no dia 11 de agosto, está enfrentando uma jornada de coragem e resiliência. Nascida com osteogênese imperfeita, uma patologia mais conhecida como “ossos de cristais”, Rebeca se encontra há 27 dias internada, sendo sete destes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) devido a fortes dores abdominais e um diagnóstico de cisto no ovário.
Durante uma conversa com uma psicóloga do hospital, Rebeca expressou a saudade que sente da cachorrinha Chloé, uma yorkshire de 3 anos. Em um esforço conjunto da equipe multidisciplinar da pediatria do HBDF, a aprovação para a visita de Chloé ao hospital foi concedida, proporcionando um momento emocionante para Rebeca.
“Permitir essa visita não é apenas sobre manter uma paciente feliz; é sobre nutrir o espírito e promover um ambiente de cura”Rute Silveira, psicóloga da UTI Pediátrica do Hospital de Base
A psicóloga da UTI Pediátrica, Rute Silveira, explica: “A conexão profunda entre Rebeca e Chloé é um exemplo notável de como a presença de um animal de estimação pode ser terapêutica e reconfortante, especialmente em tempos de adversidade. Permitir essa visita não é apenas sobre manter uma paciente feliz; é sobre nutrir o espírito e promover um ambiente de cura”, conclui a especialista.
Desde a infância, Rebeca sempre desejou ter um animal de estimação, mas sua condição, que atualmente a mantém com 92 centímetros de altura e 25 kg de peso, tornou isso um desafio. Ela teve um hamster e passarinhos até ganhar a labradora Mel. Rebeca e Mel compartilharam dias felizes até que a Mel cresceu e precisou ser afastada devido ao risco de acidentes.
No entanto, há três anos, Rebeca ganhou de presente a Chloé, de raça de pequeno porte, e desde então, elas têm sido inseparáveis. As separações durante internações anteriores foram momentos difíceis para ambas. O tão esperado reencontro entre Rebeca e Chloé não apenas levou alegria à jovem, mas também um ânimo adicional para a recuperação, lembrando a todos da força que a união entre humanos e animais de estimação pode proporcionar em momentos desafiadores.
“Cada dia que nos encontramos é um lembrete de que a resiliência pode superar qualquer obstáculo. Estou imensamente orgulhosa da Rebeca e honrada em fazer parte deste caminho”Fernanda Rocha, terapeuta ocupacional
Caçula de três irmãos, Rebeca é filha de um pastor batista e de uma educadora religiosa. Apesar das adversidades impostas pela doença, ela mantém uma vida normal e radiante. Adora estudar, cantar e se maquiar, frequentando regularmente a Igreja. Seu sonho é se formar em programação digital, conforme revelou a mãe dela, Corina Rejane.
A mãe de Rebeca ressalta o quanto a filha é especial. “A Rebeca é como um anjo que trouxe uma imensa quantidade de luz, força e alegria para toda a nossa família. Mesmo enfrentando desafios com a condição de ossos de cristais, a coragem e a determinação dela são uma inspiração para todos nós. Estamos incrivelmente abençoados por tê-la em nossas vidas, e ela é um lembrete constante de como a verdadeira beleza está na força interior e na capacidade de espalhar amor.”
Conforme a terapeuta ocupacional Fernanda Rocha, a estadia da Rebeca é um testemunho da incrível força e determinação que ela carrega consigo. “Cada dia que nos encontramos é um lembrete de que a resiliência pode superar qualquer obstáculo. Estou imensamente orgulhosa da Rebeca e honrada em fazer parte deste caminho.”
Também conhecida como doença dos ossos de vidro ou cristal, a osteogênese imperfeita é uma condição genética rara que afeta a qualidade dos ossos e torna o paciente mais propenso a fraturas frequentes, muitas vezes com traumas mínimos.
Essa condição é causada por mutações nos genes responsáveis pela produção de colágeno, uma proteína essencial para a resistência dos ossos. Como resultado, os indivíduos com osteogênese imperfeita podem experimentar uma variedade de sintomas, que vão desde fraturas ósseas recorrentes até deformidades esqueléticas.
A gravidade da osteogênese imperfeita varia de pessoa para pessoa, com alguns casos sendo mais brandos, enquanto outros podem ser mais debilitantes. Embora não haja cura para essa condição, tratamentos médicos e terapias físicas podem ajudar a melhorar a qualidade de vida e a resistência dos ossos. O apoio emocional e a conscientização pública são igualmente importantes para indivíduos com osteogênese imperfeita, já que eles enfrentam desafios únicos e podem se beneficiar de uma comunidade de apoio solidária.
Alô Valparaíso/* Com as informações da Agência Brasília/Foto: Divulgação IgesDF