Pesquisa mostra que 20% das crianças entre 7 e 10 anos sofrem com o bruxismo noturno
O hábito de ranger os dentes pode gerar problemas mais graves, como fraturas nos dentes
O bruxismo é um distúrbio que desenvolve o hábito de ranger ou apertar os dentes. Normalmente, os sintomas são apresentados durante o sono. Apesar de ser comum em adultos, o problema também pode afetar as crianças. Segundo uma pesquisa feita pela Universidade Ceuma, de São Luís do Maranhão, 20% das crianças entre 7 e 10 anos sofrem com o transtorno.
O estudo mostra que 17% das crianças entrevistadas tinham o sono ruim. Além disso, 44% dormiam até 9 horas por noite e 82% afirmaram sentir sonolência diurna. 15% dos entrevistados também disseram ter dor de cabeça frequente, 18% afirmaram sentir dor nos músculos ou no rosto. Outro ponto da pesquisa mostra que 42% das crianças tinham o hábito de roer as unhas.
De acordo com a ortodontista da clínica IGM Odontopediatria Carolina Maria Alexandre, o distúrbio pode estar associado a vários fatores. “Existem várias causas do bruxismo, entre elas, emocionais como o estresse, má qualidade do sono, mordidas erradas, podemos ter problemas de respiração oral, uso de medicamentos exacerbadores e até mesmo problemas estomacais como o refluxo gastroesofágico”, esclarece.
Carolina afirma que apenas 10% dos pais percebem o problema e que é importante vigiar algumas noites de sono para ter certeza se há ou não a presença do bruxismo. Reforça que caso a criança apresente algum sinal ou sintoma de bruxismo persistente, é importante procurar um especialista. “A consulta ao cirurgião-dentista se faz de suma importância para obter um diagnóstico e para investigar possíveis fatores associados evitando desse modo que a criança desenvolva desconfortos articulares, musculares, desgastes e fratura dos dentes, podendo evitar até dores de cabeça que podem ocorrer por conta do bruxismo”, alerta.
A ortodontista e ortopedista funcional ressalta que o diagnóstico de bruxismo pode ser um sinal de que algo não vai bem com a criança. Ela orienta que para tratar a raiz do problema, é preciso identificar o motivo por trás, e explica como deve ser realizado o atendimento desses casos: “O tratamento se dá de forma multiprofissional, um verdadeiro trabalho em equipe, muitas vezes até um psicólogo deve ser acessado para auxiliar família, de acordo com a questão emocional que a criança possa estar vivenciando.”
O bruxismo pode gerar consequências, como o desgaste e sensibilidade nos dentes, fraturas nos dentes e restaurações, dores na cabeça e no pescoço. Segundo a especialista, em situações mais graves, pode haver a perda dental, problemas ósseos, gengivais e na articulação da mandíbula. “Para evitar grandes sequelas, é importante buscar auxílio de um profissional ao primeiro sinal apresentado pela criança. Apesar de não haver uma cura definitiva, é possível tratar e diminuir os impactos causados pelo problema”, afirma Carolina.
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Alô Valparaíso/* Com as informações da Prezz Comunicação/Foto: Canva