Testes rápidos no SUS permitem diagnósticos em até 30 minutos
Processo de testagem é simples, rápido e sigiloso em todas as etapas
Testes rápidos imunocromatográficos são aqueles cuja execução, leitura e interpretação dos resultados são feitas em no máximo 30 minutos. Eles são de fácil realização e não necessitam de estrutura laboratorial. Essa opção de testagem permite aumentar a agilidade de resposta aos usuários, encaminhar com brevidade para assistência médica e início de tratamento, além de ampliar o acesso ao diagnóstico para pessoas que vivem em locais remotos.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza testes rápidos imunocromatográficos para a detecção de infecções como HIV, sífilis, hepatites B e C. Esses testes são, primariamente, recomendados para testagens presenciais. Podem ser feitos com amostra de sangue total obtida por punção venosa, da polpa digital ou com amostras de fluido oral. Dependendo do fabricante, podem também ser realizados com soro e/ou plasma. O processo é simples, rápido e sigiloso em todas as etapas.
HIV
HIV é a sigla em inglês para o vírus da imunodeficiência humana. Causador da Aids, ele ataca as células do sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. O vírus altera o DNA da célula, transformando-a em uma cópia dele mesmo.
Ter HIV não é a mesma coisa que ter Aids: HIV é o vírus e Aids é a doença. Muitas pessoas vivem com HIV por anos ou durante toda a vida, sem apresentar qualquer sintoma, ou seja, sem desenvolver a doença. Mesmo sem sinais, o vírus pode ser transmitido por meio de relação sexual desprotegida, compartilhamento de seringas contaminadas, da mãe para o filho durante a gravidez ou aleitamento se não forem tomadas as medidas de prevenção.
Todas as pessoas diagnosticadas com HIV devem iniciar o tratamento com antirretrovirais imediatamente, e, assim, poupar o seu sistema imunológico. Esses medicamentos impedem que o vírus se replique dentro das células T-CD4+, evitam que a imunidade caia e que a Aids apareça.
No caso do surgimento de sinais, é importante ficar atento a febre, dor de cabeça, fraqueza, aumento dos gânglios linfáticos ou linfonodos aumentados, faringite, erupção cutânea e dor muscular. Também pode acontecer o aumento do tamanho do baço, fadiga, anorexia, depressão, náuseas, vômitos, diarreia, perda de peso e úlceras orais.
Esses são sintomas inespecíficos, que podem estar associados a outras condições de saúde. Por isso, a importância de ser avaliado por um profissional. Sempre que uma pessoa apresentar histórico de exposição de risco para o HIV, mesmo sem sintomas, é indicada a realização do teste.
Para prevenir a transmissão vertical de HIV, toda gestante deve ser testada na primeira consulta do pré-natal (idealmente, no 1º trimestre da gestação); no início do 3º trimestre (28ª semana); no momento do parto, ou em caso de aborto/natimorto, independentemente de exames anteriores.
SÍFILIS
É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável que apresenta manifestações clínicas em diferentes estágios: sífilis primária, secundária, latente e terciária. Também pode acontecer a sífilis congênita.
. Sífilis primária
É uma ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou outros locais da pele), que aparece entre 10 e 90 dias após o contágio. Essa lesão é chamada de “cancro duro”. Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.
. Sífilis secundária
Os sintomas se manifestam entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Podem surgir manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias. Além disso, pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo. As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de tratamento, trazendo falsa impressão de cura.
. Sífilis latente (fase assintomática)
A pessoa não apresenta sinais e a duração dessa fase é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sintomas.
. Sífilis terciária
Pode surgir entre 1 e 40 anos após o início da infecção. Aqui aparecem, principalmente, lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte. A testagem deve ocorrer sempre que houver manifestações clínicas sugestivas de sífilis e nos casos de exposição de risco, mesmo na ausência de sinais ou sintomas.
. Sífilis congênita
A sífilis também pode ser transmitida da mãe para a criança durante a gestação, quando não for diagnosticada e tratada adequadamente no pré-natal, causando a sífilis congênita. A sífilis congênita pode gerar consequências graves ao bebê, podendo levar a morte.
Portanto, para prevenção da transmissão vertical de sífilis, toda gestante deve ser testada na primeira consulta do pré-natal (idealmente, no 1º trimestre da gestação), no início do 3º trimestre (28ª semana), no momento do parto, ou em caso de aborto/natimorto, independentemente de exames anteriores.
HEPATITES B e C
As hepatites B e C são causadas pelos vírus tipo B (HBV) e tipo C (HCV) e são transmitidos, sobretudo, por meio do sangue. Ambas as doenças acometem o fígado, causando inflamação do órgão. Os vírus podem ser passados pelo contato sexual, via sanguínea, por meio de seringas contaminadas, alicates de unha contaminados, materiais de tatuagem contaminados, entre outros.
Os sintomas mais comuns são febre, pele e olhos amarelados, náusea e vômitos, mal-estar, desconforto abdominal, falta de apetite, urina com cor de refrigerante de cola e fezes esbranquiçadas.
Frequentemente, os sinais das hepatites B e C não aparecem. Grande parte dos infectados só acaba descobrindo que tem a doença após anos e, muitas vezes, por acaso, em testes para esses vírus. Quando não tratadas, as hepatites B e C podem evoluir para um quadro crônico e, então, para cirrose ou até câncer de fígado.
Toda gestante deve ser testada para Hepatite B e C na primeira consulta do pré-natal, idealmente no primeiro trimestre. Além da identificação de doenças, os testes rápidos também possuem grande eficácia na detecção da gravidez.
TESTE RÁPIDO DE GRAVIDEZ
O principal sintoma da gravidez é o atraso da menstruação. O tempo de espera para a realização do teste, após o atraso, pode variar de acordo com a indicação do fabricante, sendo em sua maioria igual ou superior a sete dias, quando os níveis do hormônio beta HCG já estão maiores. Quando positivo, a mulher é encaminhada imediatamente para o acompanhamento pré-natal.
Eles são de fácil realização e não necessitam de estrutura laboratorial – Foto: Myke Sena/MS
Alô Valparaíso/* Com as informações da Ministério da Saúde/Foto: Myke Sena/Ministério da Saúde