
Comissão do Senado aprova projeto que proíbe interrupção de gravidez após 22 semanas de gestação
Pela proposta, única exceção após o período é o risco de morte da mãe
A CDH (Comissão de Direitos Humanos) do Senado aprovou nessa quarta-feira (15) o projeto de lei que proíbe o aborto a partir da 22ª semana de gestação.
O texto, aprovado de forma simbólica, agora segue para a análise da CAS (Comissão de Assuntos Sociais) e depois para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Atualmente, a legislação brasileira permite o abordo em três casos, sem limite de tempo: quando a vida da mãe está em risco; quando a gestação é resultado de um estupro; e em caso de gravidez de feto anencefálico — grave malformação congênita.
Conforme a proposta em tramitação, a única exceção para o aborto após as 22 semanas de gestação é o risco comprovado de morte da mãe e, nesses casos, deve ser feita, inicialmente, uma tentativa de antecipação do parto, sem causar a morte do feto.
Pelo projeto, não há proibição expressa de aborto de fetos anencéfalos antes da 22ª semana, mas ele também não autoriza explicitamente.
O texto é relatado pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE) e tem, segundo o parlamentar, o objetivo de reconhecer, de forma absoluta, a viabilidade do feto a partir dessa fase da gestação, estabelecendo “os direitos do nascituro na ordem civil”.
Penas
Pela lei atual, toda gestação interrompida que não se enquadre em nenhuma das situações permitidas é punida penalmente.
A pena é de até três anos para a mulher que provoca ou autoriza o aborto. Quando o aborto for provocado sem o consentimento da gestante, a pena pode chegar a dez anos de prisão em regime fechado.
Em setembro de 2023, o STF (Supremo Tribunal Federal) começou a julgar a ação para descriminalizar o aborto feito por mulheres com até 12 semanas de gestação, mas a votação foi interrompida e segue suspensa.
Alô Valparaíso/* Com as informações